Monday, September 26, 2005

Festival de Jazz

Grupo Pau Brasil



Grupo Pau BrasilO show do Weber Lopes foi massa. O careca toca demais! Mas quem seduziu o público - pelo menos, nos seduziu - foi o Grupo Pau Brasil.

(Êpa! Sem nenhuma conotação erótico-pornográfica, por favor!)

Os caras irradiavam felicidade. Como eles confessaram, o grupo se reunia há muito tempo e, como todo grupo de amigos, a vida os separara. Um esforço a mais e voltaram a se encontrar, gravando um novo disco (os primeiros eram LPs, agora chegaram à era do CD).

Um grupo! Não dá para dar nome a cada um, individualmente. São: o Pianista, o Baixista, o Saxofonista, o Baterista e o Violonista. Um grupo.

A gente via como eles curtiam. Felicidade é o que a gente via nos seus olhos, nos seus gestos. Um parava para ver o amigo fazer seu solo.

Outro se revirava de caretas quase orgásmicas por estarem ali, de novo, tocando juntos.

O Baixista tem o apelido de Rufino; o Saxofonista é médico. O Pianista é maestro (?). O Baterista é o mais novo. E daí?

Tocaram suas composições, atacaram de Baquianas do Villa Lobos. Explicaram, contaram histórias. E, principalmente, fizeram um som maneiro.

Sunday, September 25, 2005

Oncotô???

Eita ladeira braba! Inda mais de noite! À esquerda, no cantin, ocêis pode repará na casa da fia do Tiradentes!
A ladeira da perdida...
E teve o sábado (dia 17) do segundo show do Festival de Jazz, com Weber Lopes, e o terceiro show, com o Pau Brasil.

Na volta, íamos: Dom Pixote, o Violeiro e eu. Chovia fino, e queríamos comer alguma coisa. Pegamos a ladeira pra Igreja do Rosário, saindo da Igreja do Pilar. Era noite, umas oito e meia. No sentido contrário, vem descendo uma mulher, preocupada, com o celular na orêia, falando alto:

-"Tô descendo uma ladeira, perto de uma igreja! É, tem uma igrejinha!"

Rimos. Falei - mas ela não prestou atenção:

-"Você tá perto do Pilar! Nossa Senhora do Pilar!"

E ela, no celular:

-"Eu não sei onde eu tô!"

Gritei:

-"Você tá em Ouro Preto!"

Lá foi ela, ladeira abaixo. E nós chegamos ao Rosário, para comer uma crespa - um tipo de escondidinho feito de batata - no Rosa dos Ventos(Recomendamos!).

(As três dúvidas existenciais do mineiro são: Oncotô! Doncovim? Proncovô?)

Saturday, September 24, 2005

Festival de Jazz


Taylor Eigst e Julian Lage em Ouro Preto
Taylor Eigst e Julian Lage em Ouro Preto, dia 16
Ouro Preto sediou um baita dum Festival Internacional de Jazz, bichin! Veio gente da Europa, dos Estados Unidos!...

Só fui nos shows baratos, que cem contos pra ver o Ivan Lins - ver e ouvir, né? - pode ser um preço justo, mas não dá. Então, fui - fomos - no show promocional, de cinco contos.

Não que os caras não fossem bons. São bons paca! De cara, no dia 16 de setembro, uma sexta-feira, dois garotos vieram tocar um jazz com suíngue de samba: Taylor Eigsty & Julian Lage, o primeiro no piano, o segundo no violão.

Lá pelas tantas, o Julian Lage agradeceu e explicou:

-"Good evening! Num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá, Ivan Lãns, num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá!" - Traduzindo: Boa noite! Desde os oito anos curto muito o Ivan Lins, adoro o Brasil, smpre quis conhecer o Brasil, gosto da música do Brasil, Ouro Preto é muito legal!

Pena que a imprensa deixou os dois de lado, não falaram nada sobre eles. Importante é que eles continuaram tocando bem pra caramba, agradeceram mais um pouco:

-"Num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá, num sei-quê lá, muintow obrigadow" e ainda voltaram pro palco pra tocar mais, quando a gente ficou batendo palma e pedindo bis. Mas o público foi o mais educado que já vi. Nem os paulistanos ficam tão parados num show desses.

Quem não viu os dois moleques - o Violeiro os encontrou na rua e disse que não passam de uns vinte anos de idade - não sabe o que perdeu. Então, anota aí pra não esquecer: Taylor Eigsty & Julian Lage. O negócio é torcer pra eles estarem por aqui no próximo furacão. Por via das dúvidas, sabe como é: gente boa assim não se pode perder.

Friday, September 23, 2005

Igreja pra todo lado

A chegada

Chegamos às Gerais em duas turmas: um grupo veio cedo; os demais ficaram cumprindo suas obrigações familiares, se despedindo da molecada, da esposa, do papagaio, das namoradas... Vínhamos para a guerra! Guerra contra inimigos terríveis: as ladeiras de Minas, a cachaça de Minas e, principalmente, as minas de Minas.

Negão e eu viemos na segunda turma. Desembarcamos em Confins de noitinha e logo encontramos o Paulista, que vinha de Sampa. Outros colegas procuravam, como nós, o motorista, enquanto ele nos procurava. Quando o achamos, ele se desculpava e pedia pressa: tinha parado a van em um lugar proibido. E lá fomos nós, rumo a... sei lá, rumo aonde! O motorista não sabia sair de BH!

Rodamos, rodamos, rodamos. Discutimos política, filosofia, mais política. Acordamos as soluções para o Brasil, depois de analisarmos os seus problemas. E percebemos que havia algo de errado numa esfera mais próxima e imediata: o motorista não sabia o caminho!

Paramos em um posto de gasolina para pedir informações; ótimo! Voltamos aos nossos debates. Entramos em uma avenida, fizemos o retorno, voltamos para a entrada de Confins! Rodamos, rodamos, rodamos... entramos por uma rua que tinha cara de tudo, menos de caminho para Ouro Preto. Logo, sai de trás de um carro um rapaz com a mão erguida, nos mandando parar. Pensei: Pronto! Assalto! Nada disso, uai! é que eles estavam empurrando um carro para pegar no tranco, e ele pedia um tempinho. Ufa!

Depois de uma hora "conhecendo" a capital mineira, tomamos a estrada - maravilhosa, por sinal. Ainda bem que houve uma reunião de cúpula mundial por aqui. Atracamos nossa barca em um porto seguro.

Thursday, September 22, 2005

Por que "Sovaco da Véia"?

Taylor Eigsty & Julian Lage em Ouro Preto.
Taylor Eigsty e Julian Lage
A véia é a Vila Rica, nossa Ouro Preto de hoje. Mas o surgimento do nome tem uma história.

Foi na sexta-feira, 16 de setembro. Cheguei ao hotel, voltando do Festival de Jazz, do show de Taylor Eigsty e Julian Lage. Encontrei Zangado, que tinha marcado com o Dom Pixote no Buteco do Chopp - láááááá em cima! Em Ouro Preto, tudo fica láááá em cima, ou láááá embaixo.

No Buteco, demos de cara com o colega, acompanhado da Lidje. Papo vai, papo vem, cuba-libre pra cá, caipirinha pra lá e a moça se animou a confessar: aprendeu a beber no velório da sua avó!

Foi a deixa para nossa criatividade, os três imaginando a situação:

-"Sei! Foi seu tio que botou a pinga na mamadeira: 'Num chora, filhinha, num chora...'"

-"Tua avó se chamava Joaquina? Dona Quinzinha Berro d'Água?"

-"Nãããoooo! Ainda vou trazer procêis experimentarem a cachaça da minha avó!"

-"Iiii! A veía foi enterrada com a pinga!"

-"Envelhecida em caixão de carvalho!"

-"Vai buscar a pinga, a véia tá agarrada com a garrafa!"

-"Com a garrafa enfiada embaixo do suvaco!"

Pronto! Essa é a história do batizado deste humilde blog.

Uma tentativa de deixar para nossa posteridade as aventuras que vivemos nesta terra de ouro e de pó. Regadas a cachaça e a coca-cola - porque Alá castiga quem toma pinga, e tenho de pensar nas virgens que me esperam no céu!